Por Mateus soares
A decisão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de solicitar o envio da Força Nacional ao Extremo Sul da Bahia gerou forte reação da oposição na Assembleia Legislativa (AL-BA) e de lideranças políticas estaduais. O líder da minoria na Casa, Tiago Correia (PSDB), classificou a medida como um “atestado do fracasso da política de segurança” do atual governo e declarou que o envio dos agentes confirma que o Estado perdeu o controle sobre a violência.
Apesar de reconhecer a importância do reforço federal diante dos conflitos fundiários e da criminalidade crescente na região, o deputado estadual Tiago Correia considerou que a medida representa uma espécie de intervenção federal na segurança pública da Bahia.
“Infelizmente, o governador Jerônimo tem mostrado dificuldades em oferecer respostas eficazes aos problemas da violência em nosso estado. A presença da Força Nacional é a prova maior disso. É, sim, uma intervenção nacional na segurança pública da Bahia. Eles sempre negaram que isso fosse acontecer, mas está aí: aconteceu. E só aconteceu porque o governo perdeu a luta contra a violência”, afirmou o parlamentar.
Com base política na região afetada, o deputado tucano disse que vem alertando há meses sobre o agravamento da situação no Extremo Sul e cobrou providências de diversos órgãos. Ele já havia protocolado ofícios destinados ao governador, ao secretário de Segurança Pública, ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal, pedindo atenção às invasões de terras e aos confrontos envolvendo trabalhadores rurais, produtores e movimentos sociais.
“O que estamos vendo hoje é o resultado de uma omissão contínua. Venho denunciando, mas o governo ignorou. Agora, o problema saiu do controle e precisaram recorrer à Força Nacional. O povo do Extremo Sul merece respeito e segurança, não esse abandono”, criticou.
A atuação da Força Nacional na região começou após autorização do Ministério da Justiça, diante da escalada de tensões em municípios como Prado, Teixeira de Freitas e Alcobaça.
O vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, também se posicionou sobre o assunto. Segundo ele, o envio da Força Nacional evidencia a omissão da atual gestão. “A situação no Extremo Sul chegou a um ponto tão grave que o Estado perdeu completamente o controle. Jerônimo teve que pedir socorro à Força Nacional. Tudo isso é resultado da omissão do próprio governo, que deixou as invasões crescerem até virar um conflito fora de controle”, afirmou.
“Isso é reflexo de anos de descaso com a segurança no campo e falta de mediação efetiva por parte do Estado”, completou o ex-prefeito de Salvador.
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