Se antes ele costumava cantar “onde queres comício, flipper-vídeo”, agora a tal distração parece ter ficado de lado. Eleitor declaradíssimo de Marina Silva, do PV, Caetano Veloso, conhecido por suas mil facetas — entre elas, a de falar sobre qualquer assunto — se esbaldou no verde da relva nestas eleições. “Acho que o povo, com toda a vontade (justificável), mostrou que percebe a sinceridade quando a vê, como viu em Marina”, argumenta ele sobre os 19 milhões de votos da candidata.
Em entrevista a O DIA, Caetano, que grava amanhã o DVD ‘Zii e Zie’, no Vivo Rio, não revelou se seu voto vai para Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) no segundo turno, mas fez questão de comentar a disputa presidencial. “Gostei do resultado porque deu uma lição a Lula: a euforia dele — que o levava a dizer que a imprensa é um partido político ou que ele e seu grupo são a opinião pública — teve de se conter. Ruim seria se a imprensa estivesse aprovando tudo o que ele diz e faz. E que a maioria esmagadora do eleitorado não mostrasse que percebe que as coisas não devem ser assim”, diz.
Aos 68 anos, ele explica que seus diversos estilos e sua pegada roqueira atual não são novidade. “Quando comecei a trabalhar, a turma da MPB só cantava de smoking na TV. Gil e eu mudamos isso. Roupas hippies, batom, brinco, terninho elegante, tudo isso foi sempre rock. Nunca usei saia. Ainda. Minha música é minha música, não é rock ’n’ roll, refere-se ao rock e a muitas outras coisas”.
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