A advogada Lara Kauark denunciou o descompasso entre o grande número de medidas protetivas concedidas pela justiça e a quantidade reduzida de ações penais a que elas dão origem. Para a especialista, no caso de Itabuna e região, o gargalo está no Ministério Público da Bahia, que não transforma a maioria dos casos em denúncias.
Militante do combate à violência contra as mulheres, a advogada lembrou da luta de quase duas décadas para a implantação de uma vara de violência doméstica no sul do estado. O Tribunal de Justiça da Bahia alega que a região não tem ações penais suficientes para dar vazão a uma vara especializada na matéria.
“O Tribunal de Justiça não está errado, porque o Ministério Público não transforma a medida protetiva em ação penal. Então, eu não tenho como justificar o meu pedido”, disparou, nesta segunda, em entrevista ao Conexão Morena, da rádio Morena FM. Ela também criticou a ideia de armar as mulheres como forma de defesa pessoal.
Lara citou casos de delegadas que, mesmo armadas e treinadas, foram vítimas de agressores. “A delegada, que tem habilidade técnica para utilização de uma arma, possui o porte e a posse, não conseguiu pegar a arma para se salvar. Imagine uma pessoa que está vulnerabilizada a ponto de não acreditar em si mesma”, disse a advogada.
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