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26 maio 2025

"Chapa com Jerônimo, Wagner e Rui seria imbatível em 2026, diz Jorge Solla"

 


“Jerônimo será reeleito com uma das maiores votações da história — talvez a maior.”

“Pela primeira vez, eu concordo com ACM Neto: que entreguem todos os cargos do União Brasil na Bahia.”

“O União Brasil tem mais cargos no governo Lula na Bahia do que todos os partidos de esquerda somados. É um absurdo.”
 
Em entrevista exclusiva à Tribuna, o deputado federal Jorge Solla (PT) afirmou que uma eventual chapa "puro-sangue" em 2026, composta por Jerônimo Rodrigues, Jaques Wagner e Rui Costa — todos do PT — seria "imbatível". Ele previu que o atual governador baiano será reeleito com “uma votação entre as maiores, senão a maior da história da Bahia”.
 
Segundo o parlamentar, além das entregas do atual governo, o perfil de Jerônimo Rodrigues tem conquistado prefeitos da oposição e ampliado sua base de apoio. Para Solla, o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) não terá alternativa a não ser disputar novamente o governo — mesmo, segundo ele, com a certeza de uma nova derrota. O petista não poupou críticas a Neto e ao União Brasil, partido que, em sua avaliação, ocupa espaços de forma desproporcional no governo Lula (PT).
 
Ao comentar a recente crise envolvendo descontos indevidos no INSS, Solla destacou que o esquema foi montado em governos anteriores e que só começou a ser desmantelado na atual gestão. Mesmo após a saída formal da base diante do episódio, Solla garantiu que o PDT segue no governo.
 
Para Solla, o presidente Lula vive um momento político sólido, e sua base de apoio está em processo de ampliação. Já a oposição, em sua opinião, está sem rumo, com Jair Bolsonaro (PL) inelegível e sem conseguir articular um nome competitivo.
 
Solla também abordou a atuação da Petrobras, criticando a venda da Refinaria Landulpho Alves durante o governo Bolsonaro a um fundo árabe, que, segundo ele, reduziu a produção local e aumentou a importação de combustíveis, prejudicando a arrecadação da Bahia e quebrando a Prefeitura de São Francisco do Conde. Apesar disso, destacou que a estatal voltou a investir em energia renovável e na exploração de petróleo sob o atual governo.
 
Confira a entrevista na íntegra:
 
Tribuna – Como o senhor avalia o governo Lula e a sua atual situação política, envolvendo a polêmica do INSS?
 
Jorge Solla – Em relação ao governo Lula, eu acho que, em pouco mais de dois anos, ele conseguiu um processo de reconstrução que foi além das expectativas que nós tínhamos, porque a destruição promovida pelo governo anterior foi grande em todas as áreas. Não há uma política pública que não tenha sofrido impacto negativo. Em pouco mais de dois anos, o governo do presidente Lula conseguiu retomar a capacidade de melhorar a vida das pessoas em todas as áreas. Na economia, temos hoje o menor índice de desemprego. O salário mínimo voltou a ser recomposto acima da inflação. Estamos aumentando o poder de compra, melhorando a vida da população e, inclusive, reduzindo a desigualdade no país — como mostram dados recentemente divulgados. Na saúde, o governo federal voltou a financiar serviços que estavam sem receber recursos. É o caso da Bahia: quando Lula assumiu, o teto anual repassado para custear os serviços hospitalares e ambulatoriais especializados — o chamado Teto MAC — era de R$ 1,7 bilhão. Agora, em fevereiro deste ano, já estava em R$ 2,7 bilhões, ou seja, um aumento de 60% em apenas dois anos. O governo retomou programas como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz para Todos e os investimentos em infraestrutura. Aqui na Bahia, a BR-101 foi recuperada, a BR-242 — que liga o Oeste à capital — também, e a estrada que passa por Capim Grosso e Jacobina está em fase de recuperação, ou já foi concluída. Voltamos a ter investimentos para novas unidades de saúde, escolas, creches. Ou seja, realizações em todas as áreas. A reconstrução nacional está bastante avançada, e os fatos mostram isso: a recuperação da economia e dos investimentos públicos é concreta.
 
Tribuna – A Petrobras tem o desafio de promover a transição energética. Como o senhor vê esse desafio?
 
Jorge Solla – Falando na Petrobras, me permita uma observação sobre um problema grave que está em curso. A empresa tentou uma negociação, mas até agora não teve êxito: trata-se da Refinaria Landulpho Alves. Desde que foi comprada pelo fundo árabe, houve uma redução na utilização de sua capacidade, na produção de combustíveis refinados, e um aumento na importação. Venderam a refinaria por um valor muito abaixo do mercado — dizem até que parte foi paga em joias. E não entregaram apenas a refinaria: entregaram também o porto de Madre de Deus, os depósitos… E agora estão reduzindo o refino e aumentando a importação. Com toda essa estrutura, comprada a preço de banana, ainda levaram algo que não tem estimativa: o mercado. Todo combustível vendido aqui no estado passou a ser propriedade desse grupo, e, desde então, pagamos o combustível mais caro do Brasil. Houve uma perda de arrecadação enorme. O governo do estado perdeu, mas quem mais perdeu foi a Prefeitura de São Francisco do Conde, que está falida. O prefeito e os representantes do município podem apresentar os dados. Um município que tinha a maior renda per capita do estado hoje enfrenta fome, desemprego e dificuldades financeiras até para pagar a folha. A prefeitura está com dificuldades de honrar seus compromissos por causa dessa política absurda da empresa que assumiu a refinaria.
 
Tribuna – Como o senhor enxerga o desafio da Petrobras e do governo na transição energética, considerando que o petróleo ainda é muito demandado?
 
Jorge Solla – O petróleo é uma matéria-prima essencial para vários produtos da indústria, não apenas combustíveis. Mas o nosso país está em uma situação privilegiada. Os investimentos aumentaram muito nos últimos dois anos em parques eólicos e solares, e a Bahia se destaca nesse cenário. Temos petróleo, temos sol em abundância, temos várias regiões propícias para a energia eólica. Além disso, estamos investindo em novas fronteiras, como o hidrogênio verde e biocombustíveis. Temos que aproveitar essa riqueza natural, e a Petrobras está investindo nisso. Inclusive, a exploração de poços no Recôncavo está sendo retomada com os novos investimentos da estatal.
 
Tribuna – O senhor acha que a imagem do governo foi prejudicada pela questão do INSS e do Pix?
 
Jorge Solla – O problema do INSS começou em 2019. Foi um marco nesse processo. Ele foi renovado em 2020 e 2021. Em 2022, houve uma alavancagem tão grande que ampliou enormemente o número de associações que faziam descontos ilegais sem autorização. Isso impactou diretamente a quantidade de recursos que, em 2023 e 2024, foram repassados. Essas denúncias foram feitas ainda no governo passado, mas não foram apuradas. Funcionários foram ameaçados de morte quando denunciaram o que estava ocorrendo. Felizmente, no atual governo, houve apuração. A Polícia Federal desmantelou o esquema. A linha do tempo é muito clara: é possível ver onde começou, quais governos criaram as bases para isso acontecer, e qual governo está apurando e desmontando essa ação criminosa.
 
Tribuna – Em decorrência disso, o PDT saiu da base e virou independente. Como o senhor viu esse movimento? Isso pode prejudicar o governo no Congresso?
 
Jorge Solla – O atual ministro é do PDT. O Wolney Queiroz foi nosso colega na Câmara, líder do PDT, e era secretário-executivo do Ministério da Previdência sob Carlos Lupi. O PDT continua à frente do Ministério da Previdência, continua no governo e, em sua maioria, continua apoiando o governo nas votações. Isso, inclusive, é diferente de outros partidos que têm ministérios, como o União Brasil, mas que não têm uma atuação legislativa coerente com quem faz parte da base. Na Bahia, por exemplo, o União Brasil tem as duas superintendências da Codevasf, controla os Correios em todo o estado e tem mais cargos no governo Lula aqui do que todos os partidos de esquerda somados. É um absurdo.
 
Tribuna – O senhor acha que o União Brasil tem muito espaço no governo? Recentemente, ACM Neto disse que, por ele, entregaria todos os cargos para o União Brasil ser uma oposição mais independente ao governo.
 
Jorge Solla – Eu tenho que concordar com ele. Eu gostaria muito que os aliados dele entregassem os cargos na Bahia, porque usam a máquina pública, têm cargos, têm recursos, mas não ajudam o governo Lula. Então, pela primeira vez, eu concordo com ACM Neto: que entreguem todos os cargos do União Brasil na Bahia. Isso vai ajudar muito o governo, porque aí teremos pessoas comprometidas com as políticas públicas, beneficiando a população — e não apenas os que estão nos cargos.
 
Tribuna – Para o ano que vem, nas eleições, como o senhor enxerga a oposição ao presidente Lula? Acha que Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, conseguirá lançar um candidato competitivo?
 
Jorge Solla – Ele está justamente tentando evitar isso. Ele tem contribuído para a incapacidade da direita e da extrema-direita em apontar uma alternativa eleitoral. Não tem projeto, não tem candidato. Isso é evidente. Enquanto isso, o presidente Lula vem pavimentando, de forma sólida, as bases para sua reeleição.
 
Tribuna – Na Bahia, como avalia a gestão de Jerônimo Rodrigues até agora, sobretudo na segurança pública e na saúde?
 
Jorge Solla – O governo Jerônimo tem feito entregas importantes. Destaco a educação: ele foi secretário da Educação e, junto com Rui Costa, iniciou um grande projeto de escolas de tempo integral. É o maior investimento que já tivemos na rede estadual. Como governador, ele tem dado continuidade e ampliado. Em qualquer município, você encontra grandes escolas estaduais com laboratórios, salas com ar-condicionado, áreas de esporte, piscinas. Onde não há ainda, estão em construção. Isso é uma verdadeira revolução na educação. E esses investimentos refletem também na segurança pública, pois jovens em escolas de tempo integral, se preparando para o futuro, ficam longe do tráfico, das quadrilhas e das milícias. Na saúde, os investimentos continuam: novos hospitais regionais em Jacobina, Valença, Alagoinhas; maternidades regionais… A Bahia é o segundo estado que mais investe nessas áreas, perdendo apenas para São Paulo, que tem uma arrecadação muito maior. No saneamento, temos a obra de R$ 200 milhões que levará água do Rio Paraguaçu até o Vale do Jiquiriçá. E na agricultura familiar, a Bahia é destaque nacional — é o estado que mais investe na área.
 
Tribuna – O senhor acredita em uma eleição mais fácil do que foi em 2022?
 
Jorge Solla – Digo hoje que Jerônimo será reeleito com uma das maiores votações da história — talvez a maior. Além da eficiência e das entregas do governo, o perfil dele, afável e humilde, tem conquistado prefeitos que não o apoiaram em 2022 e agora caminham com ele. A base de apoio está crescendo: partidos, prefeitos… o PDT já voltou para a base. Acredito que a eleição será avassaladora. Vamos ampliar nossa bancada estadual e federal. Já o ex-prefeito ACM Neto não tem alternativa: terá que ser candidato, mesmo sabendo que perderá. Se não for, sua base se esfacela — como já aconteceu na reeleição de Rui Costa.
 
Tribuna – Na sua opinião, seria uma boa chapa Jerônimo, Wagner e Rui?
 
Jorge Solla – É uma possibilidade. São três nomes que nos orgulham. Poucos grupos políticos podem se dar ao luxo de ter a reeleição do governador e, ao Senado, dois ex-governadores bem avaliados e que fizeram seus sucessores. Wagner, tirando o presidente Lula, talvez seja hoje a maior liderança articuladora do país. Rui Costa, na Casa Civil, demonstra sua capacidade de gestão pública. Não sei se será essa a chapa, mas, se for, será imbatível. E isso assusta os adversários.

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