Richarlison jogou mal, Estêvão não conseguiu muita coisa na primeira vez como titular. E Vini Jr, apesar de ter Ancelotti à beira do campo, ainda não repetiu a melhor versão do Real Madrid — embora as duas melhores chances do Brasil tenham passado por ele.
O empate fez o Brasil chegar aos 22 pontos, mantendo o quarto lugar. A seleção foi ultrapassada pelo Paraguai, mas compensou superando o Uruguai na classificação.
O próximo jogo do Brasil é na terça-feira, contra o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo, às 21h45.
Raphinha estará de volta, porque cumpriu suspensão hoje. Quem sabe um dos destaques do Barcelona e candidato à Bola de Ouro não aumente o poderio ofensivo brasileiro.
Qual a cara da seleção?
Ancelotti recorreu a uma formação com mais gente no meio-campo, na comparação com o que os antecessores usaram.
A trinca Casemiro (centralizado), Gerson (pela esquerda) e Bruno Guimarães (na direita) povoou o setor, em um desenho de 4-3-3.
A proteção de Casemiro fez a diferença defensivamente. No entanto, a chegada ao ataque foi problemática. Gerson era quem mais tentava uma movimentação entrelinhas.
O Brasil não tem Modric ou Kroos — para fazer a referência ao meio-campo multicampeão com Ancelotti no Real Madrid.
Estêvão jogou aberto pela direita. Vini, pela esquerda, com Richarlison na frente. Uma linha ofensiva "tradicional" de 4-3-3, com dois pontas e um centroavante.
Na zaga, Alexsandro foi uma boa surpresa. Bem no posicionamento nas bolas paradas e nas tentativas de passe para quebrar linhas.

O que aconteceu na prática
O ataque teve certa dificuldade de aproximação. Richarlison perdeu muitas jogadas, seja por domínios errados ou por estar cercado por dois equatorianos. Faltou fluência na frente.
O Equador jogou melhor nos primeiros 20 minutos. Mas também não teve uma chance tão clara de marcar.
O Brasil foi se soltando aos poucos. Pelo menos três momentos geraram um certo lamento.
Gerson não chutou de primeira uma bola que recebeu na área, após Estêvão roubar da zaga lá na frente. O meio-campista preferiu passar para Vini Jr, que não conseguiu chutar direito, após a marcação tocar antes na bola.
Por que Gerson não chutou? A torcida do Flamengo também pergunta isso com certa frequência.
Teve outra situação em que Vanderson também poderia ter acionado mais rápido o gatilho do chute, mas demorou.
O lateral-direito, inclusive, teve problemas defensivos. Muitos desencontros com Marquinhos no posicionamento. O Equador explorou bem o lado dele. Ou seja, a dor de cabeça na lateral faz parte da herança com a qual Ancelotti vai ter que lidar.
As tentativas de Ancelotti
O Equador mexeu logo na volta para o intervalo: Beccacece acionou o incansável e rápido Preciado.
Do lado brasileiro, a dificuldade de criação persistiu. Aí, aos 18 minutos do segundo tempo, Ancelotti fez as primeiras alterações. Saíram Richarlison e Estêvão. Matheus Cunha e Martinelli entraram.
O Brasil seguiu sem empolgar. O Equador mantinha mais posse de bola, e o Brasil não conseguia um escape tão intenso.
Só aos 30 minutos que veio a melhor chance do Brasil no segundo tempo. Vini foi ao fundo, cruzou rasteiro, e a bola chegou a Casemiro após corta-luz de Gerson. A finalização do volante não saiu com tanta força, e aí o goleiro Valle defendeu no canto direito.
O Equador respondeu do jeito que deu: chute de fora da área, com defesas relativamente tranquilas de Alisson.
Andrey Santos por Gerson foi a terceira troca de Ancelotti. Manteve a estrutura do time, tentando sangue novo no meio.
O jogo, a essa altura, já estava com cara de 0 a 0. Sem mais jogadas agudas nos dois lados, foi só questão de tempo até o árbitro terminar.
Ancelotti estreou sem comemorar gols. Mas também não levou — o que não é de todo mal, considerando um Brasil que veio de um 4 a 1 sofrido diante da Argentina.
Ficha técnica
Equador 0 x 0 Brasil
Local: Estádio Monumental, em Guayaquil (EQU)
Data/Hora: 5/6/2025, às 20h (de Brasília)
Árbitro: Piero Maza (CHI)
Assistentes: Claudio Urrutia e Alejandro Molina (CHI)
Cartões amarelos: -
Gols: -
Equador: Valle, Ordoñez, Pacho e Hincapié; Alan Franco, Moisés Caicedo, Vite e Estupiñan; Minda (Preciado), Angulo (Medina) e Yeboah (Rodríguez). Técnico: Sebastián Beccacece.
Brasil: Alisson, Vanderson, Marquinhos, Alexsandro e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (Andreas) e Gerson (Andrey Santos); Estêvão, Vini Jr. e Richarlison. Técnico: Carlo Ancelotti.
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