A postura de Tarcísio de Freitas no protesto bolsonarista, com ataques fortes ao STF, foi recebido com preocupação por lideranças do Centrão, que são entusiastas da eventual candidatura do governador de São Paulo ao Palácio do Planalto em 2026.
Em um ataque frontal ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista que deve condenar Jair Bolsonaro nos próximos dias, Tarcísio afirmou que ninguém aguenta mais a tirania do magistrado.
Essa foi uma das primeiras vezes que o paulista identificou Moraes como alvo de seus ataques, o que surpreendeu até mesmo aliados próximos, em função da boa interlocução que o governador tem com a Corte.
Nos bastidores, fontes do Centrão acreditam que Tarcísio “passou do ponto para pagar o pedágio ao clã bolsonarista”. Nada mais seria que um endurecimento do discurso para, diante da proximidade da condenação do padrinho político, conseguir antecipadamente o apoio de Bolsonaro para a corrida nacional do próximo ano.
Para lideranças ouvidas pelo Radar, apenas o suporte de Bolsonaro e a adesão a narrativas mais radicais tendem a afastar o eleitorado do centro do governador. É preciso modular o discurso.
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Por isso, há a expectativa de que, após a guinada, ele seja orientado a rever a rota e fazer acenos para os integrantes da Corte em algum momento, de uma forma que consiga evitar que o apoio do eleitorado do centro escorra por suas mãos.
Dentro do Planalto, a leitura feita por auxiliares de Lula é que Tarcísio resolveu arriscar e acabou escalando demais. Para governistas, o governador teria iniciado a implosão das pontes que tem com o Supremo.
Já entre os bolsonaristas, a iniciativa foi comemorada, principalmente porque havia uma avaliação de que o paulista sempre foi moderado demais e precisava marcar posição.
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