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06 outubro 2025

Trump diz que gostou da conversa com Lula e sinaliza visita ao Brasil

 


O presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, deu detalhes da conversa que teve nesta segunda-feira, 6, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Discutimos muitos assuntos, mas o foco principal foi a economia e o comércio entre nossos dois países. Teremos novas discussões e nos encontraremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Gostei da conversa — nossos países se darão muito bem juntos!”, escreveu o americano.


Mais cedo, o governo já havia adiantado um possível encontro presencial entre os dois líderes. O presidente brasileiro sugeriu que esse encontro aconteça na Cúpula de Asean, na Malásia, convidou o republicano para vir à COP-30, em Belém do Pará, e também se dispôs para ir até os Estados Unidos. No entanto, até o momento, não foi cravada uma data.

Ao longo da conversa, o Brasil pediu a retirada da sobretaxa de 40% sobre a importação de produtos brasileiros, além do fim das sanções às autoridades do país. Da parte do Brasil, as negociações serão tocadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad e pelo chanceler Mauro Vieira. Do outro lado, pelos Estados Unidos, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio.

A movimentação positiva, no entanto, se dá em meio à deterioração da relação entre ambos os líderes. O republicano acusa o governo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal (STF) de liderar uma “caça às bruxas” a Bolsonaro, recentemente condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo envolvimento na trama golpista. O ex-presidente foi considerado culpado por liderar ou integrar organização criminosa armada, atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.


Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Lula não citou nominalmente Trump, mas criticou o uso “medidas unilaterais” e destacou que “nossa democracia e soberania são inegociáveis” e qualquer “agressão contra o poder Judiciário é inaceitável”.

Em retaliação ao trâmite judicial envolvendo Bolsonaro, o líder americano taxou em 50% os produtos brasileiros; sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, através da Lei Magnitisky, usada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou de corrupção em larga escala; e cancelou o visto de vários membros do STF, com exceção de Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Bolsonaro, bem como Luiz Fux, que votou contra a condenação do ex-presidente.

Para o governo brasileiro, as sanções são uma “tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros”, feita a partir de “inverdades”, e que “o Brasil não se curvará a mais essa agressão”.


“O recurso do governo Trump à Lei Magnitsky, no caso do Brasil, uma democracia que se defendeu, com êxito, de uma tentativa de golpe de Estado, não apenas é uma ofensa aos 201 anos de amizade entre os dois países. Representa também a politização e o desvirtuamento na aplicação da lei, como já manifestado recentemente por um de seus co-autores, o deputado James McGovern”, diz o texto publicado pelo Itamaraty.

Em entrevista ao jornal americano The New York Times em agosto, Lula definiu como “vergonhoso” o método de Trump de lançar ameaças a outros países através das redes sociais, criticando: “Quando você tem um desentendimento comercial, um desentendimento político, você pega o telefone, marca uma reunião, conversa e tenta resolver o problema. O que você não faz é cobrar impostos e dar um ultimato”. Embora tenha afirmado que o Brasil estava a aberto a negociações, destacou que não o faria “como se fosse um país pequeno contra um país grande”.

O petista voltou a criticar o tarifaço de Trump em um artigo de opinião publicado no NYT neste domingo, 14. Com o título “A democracia e a soberania brasileiras são inegociáveis”, Lula disse que decidiu escrever o ensaio para “estabelecer um diálogo aberto e franco com o presidente dos Estados Unidos”. No texto, ele salientou que “recorrer a ações unilaterais contra Estados individuais é prescrever o remédio errado” e que “o multilateralismo oferece soluções mais justas e equilibradas”.

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