
Criadas para desafogar as emergências dos hospitais públicos, são as Unidades de Pronto Atendimento que, agora, vivem superlotadas. Numa ronda feita pelo EXTRA em quatro UPAs das zonas Norte, Sul e Oeste e da Baixada Fluminense — como parte de uma série de reportagens sobre as saúdes pública e privada —, verificou-se que a espera média por atendimento chega a duas horas. Em Mesquita, na Baixada, um painel mostrava uma fila de até cinco horas e 27 minutos. Depois de Kissila, de 10 anos, virar a noite com febre, a mãe, a doméstica Maria de Fátima Araújo, de 48, procurou a UPA de Mesquita, em Edson Passos, às 11h de segunda-feira. Só às 15h30m, a menina conseguiu fazer o exame de sangue, que levaria duas horas para ficar pronto. A arrumadeira de hotel Eliana de Lima, de 30 anos, não gostou do atendimento à filha Vitória, de 1 ano e 3 meses:— Além de ter ficado horas esperando, acho que o atendimento não foi suficiente. Minha filha bateu a cabeça e $sem fazer raios X. Também na segunda-feira, a UPA de Senador Camará, na Zona Oeste, não tinha pediatra. Foi o terceiro lugar para onde a doméstica Débora Galdino, de 27 anos, levou Lara, de 3 meses: — Fui a dois postos de saúde, e não havia pediatras. Vou tentar um médico particular. Rosenilda Soares, de 30 anos, levou Graziele, de 5, à UPA da Tijuca. E gostou: — Apesar da espera longa e da falta de lugar para sentar, saí até com remédio para febre. A Secretaria municipal de Saúde afirmou que "a UPA Senador Camará está passando por mudanças gerenciais", mas alegou que trabalha para solucionar o problema rapidamente. A Secretaria estadual de Saúde declarou que, na UPA de Mesquita, "a demora no atendimento é decorrente do aumento de demanda" e que "a unidade atende pacientes de cidades vizinhas por conta da restrição de atendimento em outras unidades da região".
Nenhum comentário:
Postar um comentário