Por Repórter - Vitor Silva
Durante cerimônia no Terminal de
Cruzeiros do Porto de Salvador, nesta sexta-feira (23), autoridades
federais e estaduais anunciaram investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão
para a modernização e ampliação dos portos públicos baianos — Salvador,
Aratu-Candeias e Ilhéus. O evento contou com a presença do ministro de
Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do ministro-chefe da Casa
Civil, Rui Costa, do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do
secretário nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila, e do
diretor-presidente da CODEBA (Companhia das Docas do Estado da Bahia),
Antônio Gobbo.
Em entrevista à Tribuna da Bahia,
o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues destacou que o estado está se
preparando para se tornar um polo de atração de investimentos
internacionais.
Segundo ele, a modernização da infraestrutura é estratégica para garantir competitividade global.
“Estamos investindo em
diversas frentes. Isso gera impostos para o estado, para os municípios e
para o governo federal. Esses impostos retornam em novos investimentos e
na geração de empregos. Queremos modernizar os três portos
contemplados, garantindo infraestrutura para receber empresas globais”,
afirmou Jerônimo.
Ele também mencionou reuniões com
grupos internacionais: “Na minha ida à China, me reunirei com empresas
como BID, Goldwind e do setor farmacêutico. Precisamos correr aqui para
garantir estruturas portuárias que permitam a instalação de novas
indústrias e facilitem a exportação da produção.”
O ministro de Portos e Aeroportos,
Silvio Costa Filho, afirmou à Tribuna que os investimentos fazem parte
de um esforço nacional para transformar a infraestrutura portuária.
“Temos uma dívida histórica com o setor. Estamos realizando o maior
volume de investimentos públicos e privados, além do maior número de
concessões da história. Serão mais de 60 leilões no governo Lula, com
mais de R$ 30 bilhões em aportes”, disse.
Ele destacou ainda a importância do
setor para a economia nacional. “O setor portuário é fundamental para o
agronegócio, proteína animal e exportações. Em 2024, crescemos 5% na
movimentação portuária, e esperamos repetir esse resultado neste ano,
impulsionados pela supersafra. Isso é geração de emprego, renda e
desenvolvimento regional.”
Para o diretor-presidente da CODEBA,
Antonio Gobbo, os investimentos são frutos de um planejamento
estratégico e de uma gestão focada em eficiência e sustentabilidade. “A
priorização de projetos de infraestrutura física, tecnológica e de boas
práticas de gestão tem atraído novos investidores, que confiam na
seriedade da administração”, disse. Ele completou: “Mais do que
uma iniciativa de desenvolvimento, isso reflete a boa gestão em
coordenação com o Ministério dos Portos e Aeroportos e as diretrizes do
governo federal. Esperamos que nossos portos se tornem mais eficientes e
competitivos, tornando a logística baiana um diferencial nacional.”
O Porto de Aratu-Candeias,
especializado na movimentação de cargas a granel, receberá o maior
volume de recursos. Com mais de R$ 900 milhões em investimentos, serão
inauguradas duas novas áreas arrendadas — ATU 12 e ATU 18.
A ATU 18 será dedicada ao escoamento
de grãos do agronegócio, como milho e soja, principalmente da região
Oeste do estado. O terminal contará com oito silos com capacidade
estática de 240 mil toneladas e capacidade dinâmica de 5,6 milhões de
toneladas por ano. O investimento total nesta área será de R$ 34,4
milhões.
Já a ATU 12 será voltada para a
movimentação de granéis sólidos minerais. A modernização da estrutura
terá investimento de R$ 393,5 milhões. Ambas as áreas terão os termos de
aprovação e conclusão de obras assinados durante a cerimônia.
Além disso, o terminal de produtos
químicos, operado pela TEQUIMAR, passará por modernização com
investimento de R$ 305,6 milhões, viabilizados pela prorrogação do
contrato com a Ultracargo Logística. O projeto inclui um novo píer para
granéis líquidos e ampliação da capacidade de tancagem em 49 mil metros
cúbicos.
O Porto Organizado de Ilhéus receberá
mais de R$ 170 milhões em melhorias. Entre os destaques, está a
reativação do Moinho de Trigo, que ficou 17 anos ocioso. A unidade será
operada pela empresa JAV Alimentos (Grupo Maratá), que assinou contrato
de cessão de uso onerosa por 35 anos, com investimento de R$ 129,6
milhões. A previsão é movimentar até 120 mil toneladas de farinha de
trigo por ano, com receita operacional de até R$ 229 milhões em cinco
anos.
Além disso, o porto receberá R$ 36
milhões para a recuperação do cais e R$ 105 milhões para obras de
dragagem que permitirão profundidade de 14 metros, viabilizando a
atracação de navios maiores e ampliando em 30% a capacidade de
movimentação de cargas.
O Porto de Salvador está sendo
preparado para se tornar um dos mais modernos do país. O principal
projeto é a dragagem do canal de acesso para 17 metros de profundidade,
com investimento de R$ 350 milhões, permitindo a operação de navios da
classe 400 metros por até 20 anos.
Outros projetos em andamento incluem a
instalação de dolfins de atracação, arrendamento dos armazéns de carga,
scanners de segurança, além da implantação de tecnologias como 5G,
eletrificação do porto, fontes de energia renovável e sistemas de
cibersegurança.
A estrutura também contará com o
sistema VTMS, que integrará a comunicação entre os dez portos da Baía de
Todos-os-Santos (dois públicos e oito privados), garantindo maior
eficiência operacional e rastreabilidade das cargas em tempo real.
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