Os movimentos de Tarcísio de Freitas após o tarifaço contra o Brasil anunciado por Donald Trump não foram bem recebidos por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O primeiro erro do governador de São Paulo, na avaliação de três magistrados ouvidos pela coluna, foi endossar, no início da semana, uma postagem de Trump de que haveria uma “caça às bruxas”contra Jair Bolsonaro no Brasil. Ao compartilhar a mensagem do presidente americano, Tarcísio escreveu que o ex-presidente “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as eleições”.
Para esses três integrantes da corte, a postagem do governador também concorda com a crítica que Trump faz ao STF.
O fato de o governador ter apresentado a ideia a magistrados do Supremo de autorizarem uma viagem de Bolsonaro aos EUA para negociar com Trump também foi recebida com surpresa e até indignação por magistrados.
Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o plano seria costurar um acordo para que o ex-presidente viajasse com Hugo Motta e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, para debater uma proposta de anistia que beneficiasse Jair Bolsonaro. A ideia foi considerada “esdrúxula” pelos integrantes da corte.
Os magistrados avaliam que Tarcísio passou a fazer uma espécie de escalada em seus gestos dirigidos a Bolsonaro e sua base, já que o governador vem ganhando força como seu sucessor na disputa presidencial contra Lula.
O primeiro gesto criticado pelos ministros, inclusive Alexandre de Moraes, foi o discurso de Tarcísio num ato pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro, em março, em que classificou os réus do 8 de Janeiro como "inocentes que receberam penas desarrazoadas" e disse que a anistia aos envolvidos nos ataques golpistas seria um caminho para pacificar o país.
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