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16 setembro 2025

Suspeito identificado por morte de ex-delegado passou por ala de presídio ligada ao PCC, diz promotor

 



O suspeito identificado como um dos envolvidos no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz passou pela ala de um presídio ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo o promotor Lincoln Gakiya, integrante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) do Ministério Público.

A identificação foi anunciada nesta terça-feira (16) pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante velório de Ruy na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Apesar da possível ligação do suspeito com a facção criminosa, o promotor disse que não dá para confirmar que o crime foi praticado pelo PCC. "Isso não quer dizer que possa ter sido um crime praticado por outro tipo de organização criminosa, ligada a contratos públicos que por ventura o doutor Ruy tenha participado em Praia Grande", diz.

A frente das investigações sobre a atuação do PCC no estado de São Paulo, Gakiya disse que falou com Ruy pela última vez em maio, durante as investigações da operação Fim da Linha, que identificou a atuação do crime organizado no sistema de transporte público de São Paulo. "Ele disse que estava presenciando isso também lá na Baixada Santista, estava temeroso de entrar esse tipo de influência na Praia Grande", disse o promotor.

O promotor afirmou já ter alertado o ex-delegado várias vezes sobre decretos de morte em seu nome interceptados no sistema penitenciário. "Isso vinha desde 2006", disse Gakiya. "Em 2010, em uma investigação nossa, apareceu um plano para matá-lo. Eu fui o responsável por comunicar a Rota [tropa de elite da PM] na época, e dois indivíduos foram presos na porta do 69º DP onde o doutor Ruy atuava. Esse plano foi desmobilizado e evitamos a morte dele."

Aposentado desde 2023, Ruy atuava como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande e não tinha direito à escolta armada do estado. O ex-delegado-geral costuma dirigir um veículo particular blindado, mas estava em um carro comum quando foi vítima da emboscada em uma avenida movimentada na Praia Grande.

"Eu alertei ele para manter a proteção e ele disse: doutor, para o senhor é mais fácil porque tem a escolta. Eu, como aposentado, não tenho mais esse direito", disse Gakiya.

O promotor revelou a mesma preocupação: "Eu não tenho garantia nenhuma de que se eu me aposentar vou ter alguma garantia do Estado".

Ele relembrou o assassinato de Ismael José Feitosa, diretor da extinta Casa de Detenção durante o "massacre do Carandiru", em 2005 dois anos após se aposentar. "Foi uma vingança mesmo para mostrar para os diretores de presídios que, se incomodar a facção, será morto mesmo após aposentado. Não há perdão."
Especialista em PCC

Ruy era considerado um dos principais especialistas do país sobre a estrutura do PCC, sendo o primeiro delegado a investigar a atuação da organização no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Deic.

No Deic, a equipe de Fontes indiciou por formação de quadrilha todos os líderes da facção no início dos anos 2000, ocasião em que divulgou os primeiros organogramas indicando Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola; César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha (1968-2006); e José Márcio Felício, o Geleião (1961-2021), como os cabeças da facção.

Os criminosos foram transferidos para o regime disciplinar diferenciado no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) do presídio de Presidente Bernardes, inaugurado em abril de 2002 para abrigar integrantes de facções criminosas.

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