
Duas semanas antes da intervenção do Banco Central, os controladores do Banco Cruzeiro do Sul venderam R$ 115 milhões em ações preferenciais da instituição. Os papéis foram comprados em leilão realizado na Bovespa por um único fundo de investimento, gerido pelo banco Morgan Stanley, e que tem apenas um cotista. A venda das ações, segundo comunicado do Cruzeiro do Sul divulgado ao fim da transação, no dia 18 de maio, teria sido feita para enquadrá-lo nas regras do nível 1 de governança da bolsa, que exige pelo menos 25% dos papéis negociados livremente no pregão diário. Sabe-se agora que a primeira data cogitada pelo BC para decretar a intervenção era 25 de maio. Tudo indica que, quando os controladores venderam os papéis, já haviam sido informados dos problemas encontrados pela fiscalização do BC, inclusive porque foi dado um prazo aos donos do banco para que equacionassem os problemas. Conforme antecipou o Valor, o BC apontou a existência de créditos fictícios, o que levou à intervenção na segunda-feira. O comprador dos papéis foi o fundo Caieiras, com patrimônio de pouco mais de R$ 1,5 bilhão e posições especulativas em ações e no mercado futuro. Procurado, o Morgan Stanley disse que não se pronuncia sobre suas operações. O Cruzeiro do Sul e seus acionistas disseram que não comentariam a operação.
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